Treze livros que contêm o assento dos montantes despendidos e recebidos pela regente e lançados pela escrivã, para prestação de contas anuais ao provedor do Recolhimento.

As receitas registadas provinham, sobretudo, do aforamento de propriedades fundiárias pertencentes ao Recolhimento; das rendas pagas pelas porcionistas; do arrendamento dos peditórios nas várias dioceses do reino; de esmolas provenientes da venda de bulas; de esmolas e doações em vida; de legados deixados em testamento e da venda de produtos agro hortícolas cultivados na cerca do Recolhimento.

Entre as receitas fixas destacam-se as tenças régias pagas pelo Almoxarifado da Portagem de Lisboa, pelo Almoxarifado da Casa dos Cinco, pela Casa Real, pela Chancelaria das Sete Casas, pela Alfândega de Lisboa e pelo Almoxarifado das Jugadas de Santarém.

Os assentos de despesa relacionavam-se, grosso modo, com os montantes despendidos na alimentação e vestiaria das recolhidas; com os cuidados de saúde prestados aos membros da comunidade (remuneração de médicos, cirurgiões, sangradores e gastos efetuados na compra de ingredientes para mezinhas e remédios); com a atribuição de propinas, nos dias festivos, às recolhidas, oficiais, criadas, capelão e sacristão; com o provimento e manutenção do Recolhimento e capela anexa (compra de azeite, algodão, trigo, cera, sal, leite, trigo, vinho, hóstias, papel e livros).

Os livros incluem, também, o registo de despesas inerentes à limpeza de instalações, à lavagem de roupa, à distribuição de água, ao transporte e conserto de bens.

Destacam-se, ainda, o pagamento dos salários das criadas do Recolhimento, bem como a satisfação de tributos ou de custas judiciais e administrativas.